segunda-feira, 15 de novembro de 2010

23:51, eu estou cansado de sentir essa dor, esse peso de ter que ser eu mesmo a todo momento. Não há nada no mundo que não seja eu, nada chega a minha consiência antes ou na mesma hora de se transformar em "eu". Alguns goles de aguardente e viro líquido, me perco, me misturo a tudo a meu redor, não tenho mais vergonhas. Tenho dores sim, as vezes até choro e sofro demais, mas é uma dor líquida, que não traz mais medo, que não se esconde, uma dor que se inventa e se celebra.
Meu pai, gostaria de poder formular o que sinto por ele, as vezes me acho injusto em me incomodar com a presensa dele sem saber exatamente o porque. Se ao menos eu tivesse um motivo, mesmo que falso, mesmo que uma formulação criada por mim, mas algo que eu pudesse acreditar e usar como explicação para as coisas que sinto. Mas não, não há nada. Me comovo as vezes com a paciência dele, com as tentativas sem jeito dele em chegar perto de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário